segunda-feira, 16 de abril de 2012

Poesia para Chuva

A magia da poesia me deixou
e hoje sou um resto de concreto
um vestígio da melancolia
daquilo que me escrevia.


As minhas mãos não gritam a plenos pulmões
nem meus dedos sacolejam a minha cabeça.


será que há beleza
nas lacunas da linha?

terça-feira, 3 de abril de 2012

Perigoso

Ouça bem
Você deve me ouvir
Eu não fiz parte daquela grande viagem
Não tenho novidades
Nem muita história pra contar
Mas tenho alguma coisa de bagagem
Nada muito pesado


Mando-lhe cartas descartadas
Dos erros de meus garranchos
Eu não sei ler no escuro
Quiçá escrever uns absurdos
Derretidos em linhas
Apagados pelo tempo


E quem vai me dizer
Que essa distância é coisa minha
Ou que devo ter esperança
Na insegurança 
De uma reta tortuosa
Que me leva aonde vou querer chegar?


Ouça bem
Acredita ao menos desta vez
Me espera naquele lugar de sempre
Aonde costumo aportar.