Chegou ao último dia com se fosse
O primeiro,
Ou ao primeiro
Como se fosse o último.
Tudo depende do ponto de vista
Ou da vista do ponto.
Na pele, carrega
O escuro e silêncio
E sua verde estrela.
Sono é algo a ser respeitado!
Então, dele veio, e é guardado
Pelo grande deus sentado
No braço.
E por outro verde de grandes olhos,
Mas é segredo!
Também traz consigo a música
Em seu ombro e sua perna.
Afinal, é tempo de dançar palavras!
E são nesses brilhantes olhos de mar
Que a fada verde canta!
Encanta a quem passa
E decide ficar.
É a união dos tons sortidos,
Que se apresenta ao mundo
Exatamente às treze e quarenta e cinco.
Prepara-te, que, para partir,
Os relógios são derretidos!
Chegou ao primeiro dia como se fosse
O último,
E ao último
Amando como se fosse o primeiro!
terça-feira, 31 de maio de 2011
sexta-feira, 27 de maio de 2011
O Velho Camuflagem
O velho que persegue bar a bar
Desatava a dançar!
Era João sem Maria,
E só sabia voltar para casa
Pois as doses para o santo
Marcavam seu caminho.
De manhã, o sol brilhava
Dentro de seus vidros.
Os raios que lhe atingiam
Não eram os demais vadios.
De manhã,
A dor e a ressaca do amor perdido.
E se conseguisse, ajoelharia
Por perdão pela diversão
Que gastara sem seu par.
Como poderia dançar sem sua doce Maria?
Se a vida não parecia seguir,
O velho seguia cada noite:
Em cada copo, um souvenir;
Em cada garrafa, uma canção,
Um samba qualquer que implorava
O dia em que não levantasse do chão.
Desatava a dançar!
Era João sem Maria,
E só sabia voltar para casa
Pois as doses para o santo
Marcavam seu caminho.
De manhã, o sol brilhava
Dentro de seus vidros.
Os raios que lhe atingiam
Não eram os demais vadios.
De manhã,
A dor e a ressaca do amor perdido.
E se conseguisse, ajoelharia
Por perdão pela diversão
Que gastara sem seu par.
Como poderia dançar sem sua doce Maria?
Se a vida não parecia seguir,
O velho seguia cada noite:
Em cada copo, um souvenir;
Em cada garrafa, uma canção,
Um samba qualquer que implorava
O dia em que não levantasse do chão.
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Boneca de Pano
Na livre prisão
de si,
a culpa de sua própria
responsabilidade.
Giros dentro de seu círculo
e chega ao fim seu infinito dia.
Da leveza escorregadia de sua mão,
o adeus não
se completa.
Foram só as cinzas
que sobraram. A fumaça,
seu cheiro, nada passa.
A exaustão.
A dança.
A chama.
O não.
de si,
a culpa de sua própria
responsabilidade.
Giros dentro de seu círculo
e chega ao fim seu infinito dia.
Da leveza escorregadia de sua mão,
o adeus não
se completa.
Foram só as cinzas
que sobraram. A fumaça,
seu cheiro, nada passa.
A exaustão.
A dança.
A chama.
O não.
terça-feira, 17 de maio de 2011
Granada
Lambuza essa boca!
Usa, abusa desse tom!
Flutua, delícia, por todo o salão...
Esse vestido dança levemente
Como a quem lhe pertence.
Quase dói de se ver...
Olhos podem comer?
Ela vai de lá para cá
Como quem não se importa com nada.
E quando a lua se for
Será que me leva para casa?
É mais uma que vai partir
E se partir por me deixar.
Há algo mais a pedir?
A conta, por favor.
Usa, abusa desse tom!
Flutua, delícia, por todo o salão...
Esse vestido dança levemente
Como a quem lhe pertence.
Quase dói de se ver...
Olhos podem comer?
Ela vai de lá para cá
Como quem não se importa com nada.
E quando a lua se for
Será que me leva para casa?
É mais uma que vai partir
E se partir por me deixar.
Há algo mais a pedir?
A conta, por favor.
Sim
Delicada manhã
De abraços e embaraços,
Corpos macios.
Os suaves toques
São calor no frio,
São sem amanhã.
Arrasta-se
Essa vontade de ficar,
Ou simplesmente de não se deixar.
Só resta ouvir "sim".
De abraços e embaraços,
Corpos macios.
Os suaves toques
São calor no frio,
São sem amanhã.
Arrasta-se
Essa vontade de ficar,
Ou simplesmente de não se deixar.
Só resta ouvir "sim".
Lonesome
Lá vai o cavaleiro das chuvas...
Ele dança, ele pula,
Bebe, faz cem firulas,
Anula seu tempo.
Canta para encontrar
Sua chama vermelha,
E se encanta ao deitar
Em sua fogueira-cama.
Abriram as cortinas!
O Sol não saiu,
Mas ele sim.
A chuva não caiu.
Porém, ele sim.
E as ruas estavam vazias
Como sempre.
Fácil é a alegria da liberdade de quem sente.
Difícil é jornada-partida do só, somente.
Só mente só.
Lá se foi o cavalheiro das ruas...
Ele dança, ele pula,
Bebe, faz cem firulas,
Anula seu tempo.
Canta para encontrar
Sua chama vermelha,
E se encanta ao deitar
Em sua fogueira-cama.
Abriram as cortinas!
O Sol não saiu,
Mas ele sim.
A chuva não caiu.
Porém, ele sim.
E as ruas estavam vazias
Como sempre.
Fácil é a alegria da liberdade de quem sente.
Difícil é jornada-partida do só, somente.
Só mente só.
Lá se foi o cavalheiro das ruas...
quinta-feira, 12 de maio de 2011
Quebra-cabeça
Quebra-se toda, a menina-mulher.
Monta-se, rua!
Desmonta-se, crua!
Dança, mulher!
Do chão, não passa.
E afinal, o que quer?
Deixe que suas longas pernas te levem.
Que, de preferência, te vendem!
Pois tens medo até de enxergar.
Lembre-se: quem não é gato,
Vive uma vida por vez.
Monta-se, rua!
Desmonta-se, crua!
Dança, mulher!
Do chão, não passa.
E afinal, o que quer?
Deixe que suas longas pernas te levem.
Que, de preferência, te vendem!
Pois tens medo até de enxergar.
Lembre-se: quem não é gato,
Vive uma vida por vez.
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Otenos
Tudo é silêncio.
Nem insetos fazem tanto barulho.
Não há som que quebre este vazio.
São só os ecos do nada
Que chegam para lembrar
Da estranha inércia tão conhecida...
A loira até avisou:
- Mate o tempo, antes que o tempo te mate!
Pois nem vivo nem morro
E o tempo mal me bate.
Não sinto.
A solidão engole o que há por dentro
E apenas leva o brilho dos olhos,
Deixando comigo o inverso do soneto.
Nem insetos fazem tanto barulho.
Não há som que quebre este vazio.
São só os ecos do nada
Que chegam para lembrar
Da estranha inércia tão conhecida...
A loira até avisou:
- Mate o tempo, antes que o tempo te mate!
Pois nem vivo nem morro
E o tempo mal me bate.
Não sinto.
A solidão engole o que há por dentro
E apenas leva o brilho dos olhos,
Deixando comigo o inverso do soneto.
Assinar:
Postagens (Atom)