domingo, 22 de agosto de 2010

Bússola

Sem você
Me desoriento
Perco o Norte.

Meus caminhos
Ficam sem um rumo certo.

Desde a primeira vez que te vi
(Lembro bem, sentado bem ali),
Passei a tomar meus caminhos a sorrir
Olhando pela janela, andando pelas ruas...

E enquanto as pessoas passam atordoadas
Correndo numa velocidade sem tamanho
Sigo calmamente extasiada
Com aquele sorriso que só você traz
Mesmo que apenas dentro do meu pensamento.

E enquanto o mundo corre
Em busca de Sul, Leste, Oeste,
Meu coração ganha um mundo
Desde que encontrei meu Norte.

Para Leandro, meu grande amor

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Neve

Fazia tempo que essa tremedeira não me invadia o peito...
Esse frio tão gelado que é capaz de matar... É preciso ser forte. Apenas roupas quentes não acabam com essa neve. E esse medo de morrer de frio? Talvez seja pior que a real capacidade de matar.
A agonia que surge quando começo a tremer evolui cada vez mais. Quando dou por mim, os calafrios tomaram conta. E não param, não param há dias! E não adianta pedir com educação ou gritar, não há um intervalo sequer. É um Alaska que não tem noite, gélido como as madrugadas sós do mundo afora. Os dias não terminam e a neve não cessa.
Sei que o Sol quente vai chegar e derreter todo esse gelo, sei sim. Espero que depois o chão não esteja escorregadio, ou que seque logo para que eu possa sair e firmar, finalmente, meus pés no chão. 

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Os Gênios e suas Grandes Produções

            Ao abrir o jornal hoje de manhã, descobri um gênio da literaturacinematográficapop brasileira. Afinal, tanta especulação devia ter alguma finalidade. Depois da pose inicial do escritor, folheei até seu artigo chegar. Eis que a especialidade do moço que escreve o artigo é falar sobre sua vida, e como fazer roteiros ajuda a “pegar mulher”. Logo depois, na próxima reportagem, uma entrevista onde, mais uma vez, li que escrever um artigo n’O Globo ajuda muito a pegar mulher na Matriz ou na Pista 3. O autor-diretor-roteirista-ator reclamava também das atrações não-direcionadas a nossa geração, que pede um novo “The Big Bang Theory”. Roteiristas não estão preparados para tal tipo de linguagem.
            Pois bem. A busca pela atenção talvez tenha sido a característica de toda geração. Hoje vivencio isso, finalmente. Porém, quando olho para os anos 70 e a grande revolução na música, para toda a besteirada cafona e, ao mesmo tempo, grandes críticas dos anos 80, sinto-me mal. Nem os anos 90 foram tão bons assim, se não me falha a memória. As crianças da última década são os quase-adultos dos anos 2000. E eu, dentro dessa geração, não enxergo genialidade nenhuma em arte com finalidade de “pegação”. Se arte hoje é desapego, é cópia do estilo norte-americano, estou definitivamente perdida. Escrever não deve ser mesmo um bom negócio.
            A superficialidade hoje é tida como genialidade! Entendo como fraqueza, medo de se mostrar por inteiro. É realmente muito mais fácil mostrar-se somente engraçado, não requer conflitos. Refletir é difícil! Discutir assuntos, pior ainda! Obriga a pensar, a criar uma posição. E, pelo que parece, é tudo do que se foge atualmente. Então, ode a superficialidade! Penso que aqueles que ainda têm algo a dizer, camuflam-se nessa falta de sentimentos, nessa arte descaracterizada, nesse dizer sem dizer. Vender-se é o que mostra esperteza. Lutar humildemente pelo que se acredita é burrice! Sou burra! Faço parte do percentual de idiotas da minha geração! E apesar de não ser um gênio, tenho orgulho de fazer o que gosto, de escrever do jeito que sinto.
            E que venham os outros grandes gênios da geração Z.