terça-feira, 3 de agosto de 2010

Os Gênios e suas Grandes Produções

            Ao abrir o jornal hoje de manhã, descobri um gênio da literaturacinematográficapop brasileira. Afinal, tanta especulação devia ter alguma finalidade. Depois da pose inicial do escritor, folheei até seu artigo chegar. Eis que a especialidade do moço que escreve o artigo é falar sobre sua vida, e como fazer roteiros ajuda a “pegar mulher”. Logo depois, na próxima reportagem, uma entrevista onde, mais uma vez, li que escrever um artigo n’O Globo ajuda muito a pegar mulher na Matriz ou na Pista 3. O autor-diretor-roteirista-ator reclamava também das atrações não-direcionadas a nossa geração, que pede um novo “The Big Bang Theory”. Roteiristas não estão preparados para tal tipo de linguagem.
            Pois bem. A busca pela atenção talvez tenha sido a característica de toda geração. Hoje vivencio isso, finalmente. Porém, quando olho para os anos 70 e a grande revolução na música, para toda a besteirada cafona e, ao mesmo tempo, grandes críticas dos anos 80, sinto-me mal. Nem os anos 90 foram tão bons assim, se não me falha a memória. As crianças da última década são os quase-adultos dos anos 2000. E eu, dentro dessa geração, não enxergo genialidade nenhuma em arte com finalidade de “pegação”. Se arte hoje é desapego, é cópia do estilo norte-americano, estou definitivamente perdida. Escrever não deve ser mesmo um bom negócio.
            A superficialidade hoje é tida como genialidade! Entendo como fraqueza, medo de se mostrar por inteiro. É realmente muito mais fácil mostrar-se somente engraçado, não requer conflitos. Refletir é difícil! Discutir assuntos, pior ainda! Obriga a pensar, a criar uma posição. E, pelo que parece, é tudo do que se foge atualmente. Então, ode a superficialidade! Penso que aqueles que ainda têm algo a dizer, camuflam-se nessa falta de sentimentos, nessa arte descaracterizada, nesse dizer sem dizer. Vender-se é o que mostra esperteza. Lutar humildemente pelo que se acredita é burrice! Sou burra! Faço parte do percentual de idiotas da minha geração! E apesar de não ser um gênio, tenho orgulho de fazer o que gosto, de escrever do jeito que sinto.
            E que venham os outros grandes gênios da geração Z.

Um comentário:

  1. Sem dúvida, o melhor texto!
    Muito orgulho da minha Mariana que consegue enxergar e viver além do óbvio!
    Vida longa aos que ainda restam...

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