quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Loteria

Algumas vezes na vida, ouvi que me amavam. Meninos me disseram isto. Ao primeiro, agredeci. Porém, após repetidos sorrisos baixos em respostas aos meus agradecimentos, resolvi deixar de lado o "obrigada" e proferir aquelas palavras que ele me dizia. Na verdade, me sentia realmente obrigada. Não acreditava que o amor poderia surgir tão rápido dentro de alguém.

Depois de alguns anos, voltei a ouvir estas palavras. Desta vez eu era mais crescida e não acreditei em nenhum dos sons emitidos pelas consoantes e vogais. Até porque não suportava a idéia de que alguém que amasse pudesse machucar. Bem, esse não merecia nem a compaixão da minha gratidão ou das minhas mentiras.

Quase desacreditei do amor. Havia desistido de tentar amar alguém nos anos seguintes. Eis que, no começo do processo de desistência, outro alguém me aparece falando em casar, em beijar minha boca para curar a ferida que criei. Mal ele sabia que faria exatamente isso. E eu, que ainda nem tinha visto seu rosto, sentia a desconfiança alternada de um estranho interesse. A minha confiança foi, enfim, conquistada e o interesse se tornou algo mais. Em um mês, me deparei com um homem, sua alma de menino e meu amor (que inicialmente me assustou tanto que me coloquei a tremer involuntariamente por não saber lidar com o desconhecido). Assim mesmo, instantaneamente. Ou não.

E já fazem cinco meses desde que entendi o que é amor por amar, e ser amada. E o aprendizado cresce a cada dia, como um broto bem cuidado até que nasçam bonitos frutos e flores. Finalmente pude compreender os versos "A esperança do amor não me deixa nunca mais" e "Meu amor tem um jeito manso que é só seu", pois venho compartilhando isso com ele, e com o mundo, diariamente.

O amor mesmo, o bonito, o que contagia cada ato e providência tomada, é o que se sente somente uma vez na vida. É o mesmo que só acontece se for sentido por duas pessoas com intensidade, afeto, respeito e carinho proporcionais. Eu amo, muito, e desejo que você ame também!

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