domingo, 17 de abril de 2011

Amafosse

A Hilda Hilst

Se cada mulher sentisse o que nós...
São, mesmo, muitos nós.
É tudo enrolado.
Obsceno e divino.

Deixaste, alguma hora, o entender
Ou a vontade de entender?
Eu nem sei mais.

Sei que daria-me tuas delicadas loucas palavras.
Quem sabe, mandaria-me buscar?
Pois preciso ir.
Preciso inventar viagem.

Tu já dizias: o amor é (agri)doce.
Eu devia acreditar.
Mas, assim como você,
gozo ao arriscar.

É da nossa natureza não saber.
E pior: querer conhecer,
encontrar, examinar,
desejar esta entrega
e entregar-se completamente cega.

Ensina-me muito ainda!
Não me canso, sou insaciável.
Esta noite, ao deitar nesta cama,
quero o teu peso plumeado. 

2 comentários:

  1. que coisa mais foda esse poema.

    como eu gostei, tem toda uma delicadeza intensa nusso tudo que só tenho a dizer uma palavra: foda.

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  2. Engraçado, eu me senti praticamente mulher, lendo isso Q #tenso HAHAHA

    Brincadeiras à parte, lindo, Mari. Lindo.

    É (agri)doce, é sim.

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