domingo, 24 de julho de 2011

Odara

Demasiado cedo Odara acordava,
Numa hora que nem a Lua
Sabia se virava ou ficava.

Esperava cercada de névoa
Entre tantos e nenhum
Qualquer carona que a levasse
À sua tão desejada alvorada.

Espremida dentro de si, e tão pequena,
Odara observava a cansada Brasil
E sua megalomania.
Pelos seus olhos rasos, passava somente a melancolia
Que ninguém via.

"Precisas da rotina para sobreviver", diziam.
Mas Odara cansava-se até dos dias que ainda viriam.
E num salto solto
Sem olhar ao lado, ou para trás
Sobrou apenas a cor do luto nas unhas.

Odara,
Agora,
A que Deus dará?

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