quarta-feira, 14 de julho de 2010

Pauvre Enfant

            Pobre menina aquela dos cabelos claros... Olhos tão tristes ela tem. Pareceu-me tão menina apesar de mais velha que eu. Seu jeito de tentar chamar atenção para si mesma, tudo só me traz a imagem de uma garotinha triste...
            Talvez ela queira ser dessa maneira. Possivelmente escolheu isso. Quem sabe nem se esforce para mudar? A tristeza traz a pena, e a pena, de algum modo, traz cuidados, preocupações... Talvez isso a faça sentir importante. Quase sinto-me culpada por ter jogado tanta raiva, injúrios e falta de importância sobre sua vida. Toda vida é importante afinal, não é? E quase porque também sou humana e estou longe de ter uma vida sem defeitos.
            Ainda bem que a pobre menininha vai para longe. Seria ruim sentir compaixão ou ira, e egoísmo também não é algo lá muito bom de se sentir. Porém, acredito que longe daqui a vida pode renovar-se. Pois as mudanças, sei muito bem, são tão difíceis! E quando se olha para dentro e se vê em desvantagem, as mudanças fatalmente ganham proporções mais pesadas e dolorosas. Fugir, às vezes, é ganhar espaço. Que a pobre menininha ganhe o seu e deixe, algum dia, de ser e sentir-se pobre.

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